quarta-feira, 22 de julho de 2009

O que me faz feliz

"Não digo isto como por necessidade, porque já aprendi a contentar-me com o que tenho." (Filipenses 4:11)


"Mas é grande ganho a piedade com contentamento. Porque nada trouxemos para este mundo, e manifesto é que nada podemos levar dele. Tendo, porém, sustento, e com que nos cobrirmos, estejamos com isso contentes. Mas os que querem ser ricos caem em tentação, e em laço, e em muitas concupiscências loucas e nocivas, que submergem os homens na perdição e ruína. Porque o amor ao dinheiro é a raiz de toda a espécie de males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé, e se traspassaram a si mesmos com muitas dores. Mas tu, ó homem de Deus, foge destas coisas, e segue a justiça, a piedade, a fé, o amor, a paciência, a mansidão." (1 Timóteo 6:6-11)


Contentamento. Esta é a palavra. É diferente de Acomodação. Esta última significando aproximadamente ficar parado. Inerte. Tornando-se um expectador passivo e apático.


Complementando Paulo, um provérbio chinês diz: "Não tenha medo de crescer lentamente. Tenha medo de ficar parado."


Sentir-se contente com o que você adquiriu, construiu, possui, ama, ganha e vive é entender de forma plena que uma completa felicidade somente ocorre nos braços do Pai. Ser plenamente feliz é uma busca cansativa, imatura, ilusória, insana e frustrante. É correr atrás do vento como diz o Pregador.


Está contente é encontrar alegria no que você possui. É sentir por um momento feliz quando está na companhia de alguém que lhe faz muito bem. É olhar para a sua vida e dizer que é contente. Mesmo tendo o desejo que melhorar a sua remuneração para poder usufruir de mais momentos prazerosos. Mesmo possuindo a vontade de está, algum dia como o executivo da empresa em que trabalha, porque você sabe que desse jeito poderá aplicar melhor a justiça e distribuir o bem. Querer mais não significa que você está descontente. Pode querer simplesmente dizer que o esforço que você precisará aplicar para ganhar o que ainda quer não terá o poder de furtar o tempo que hoje você tem pra você, sua família, amigos, igreja, leitura, futebol, cinema, uma boa noite de sono...para o seu Deus. Porque se o delta, o gap, a diferença for suficiente para destruir tudo isso ou parte disso, simplesmente não vale a pena. É correr atrás do vento. A idade vem. A morte chega. O encontro com Deus será real.


Reconheço que nas empresas pode ser uma irresponsabilidade com seu cargo comentar que você está contente com a sua posição e com a sua remuneração. Aliás, todos querem crescer. Falar que está contente significará neste mundo corporativo cruel e ausente de Deus que você está acomodado. Mesmo sabendo que são coisas completamente distintas.


E olha que se vê cada um fazendo cada coisa para "crescer".


Na empresa que trabalho hoje tem alguém que impressiona. Sabe aquele cara que estava parado faz um tempinho, tem um pouco mais de 60 anos e aí apareceu uma oportunidade de trabalhar numa boa empresa, num bom cargo. Ele sabe que alí é fim de carreira. Ou seja, se vacilar, nunca mais consegue nada. Este medo faz dele agarra-se com unhas e dentes e tudo o que puder nesta cadeira. Quando digo tudo, significa fazer tudo sobre qualquer preço pra ficar. Mas, porque ficar, se pode crescer!!! Assim, quando o medo passou, a meta de ser...ser....sinceramente, eu nem sei se ele tem claro o que quer...só acho que ele quer subir e subir e subir, foi substituída pelo querer poder. Sabe aquela falsa sensação que o empregado tem que vai um dia incorporar emprestado o sobrenome da família que controla a empresa? Então. Acho que é isso. A meta dele é não sair do lado do dono. Assim, ele aparenta ter poder. E olha que isso muitas vezes não se reflete em aumento de salário. Pessoas assim só querem prestígio.


E assim vai. E para crescer para o dono é essencial concordar com o mesmo. Não contrariar. Não se desgastar. Eu sou contra este princípio. Sou a favor do que é correto ainda que seja amargo. Mas quando o interesse em si próprio é maior que na organização, o caminho é da paz com o dono e guerra com quem for contra. Ainda que eu reconheça que esse tipo de pessoa tende a ter uma vida curta. Qualquer máscara cai com o tempo. O problema é quando esse tempo demora e permite causar vários estragos.


Qualquer dono quer o que? Cortar custos. Principalmente quando a sua formação é de custos e não comercial. E como esse cara se posiciona ao lado do dono quando alguém passa na sua frente, tem uma idéia boa e apresenta ao dono? Ele pensa: "eu fico muito mais simpático com o dono se eu falar que tá muito caro e que tudo pode ser cortado. Tem gordura demais." Assim sendo, com muita ironia e um humorzinho sem graça ele vai comentando e sugerindo cortes e cortes e cortes. Comenta também que "há muito espaço para crescer" (qual o dono que não gosta de ouvir isso?!). Enfim. No final eu cheguei a um opinião triste. Mesmo cedo, desisti de lutar para inovar. Pra que? Já vi essa história, sei o final e conheço pra onde a corda quebra. Serei mais real que o rei? Quanto vale a pena? Sabe, o que quero pra mim é usufrir o maior tempo possível do que faço hoje: pagar as contas em dia, mesmo que não sobre nada, chegar cedo para treinar o meu Aikidô, chegar em casa, beijar minha espôsa e jantar com ela, depois beijar muiiiiiitooo os meus filhos pequenos, jogar videogame com o meu filho e brincar de carrinhos e de trocar as roupas das bonecas da minha filha, tomar um bom banho, deitar na cama com a minha espôsa, assistir um pouco de tv, amá-la quando a casa cai no silêncio e assim aguardar o fim-de-semana para ir a praia, ver os primos e tias, tomar banho de piscina, domir, acordar e dormir mais um pouco, ler, descansar e assim retomar o trabalho na segunda.


O que me faz feliz é entender o significado da palavra contentamento.

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